a leica do meu pai



Lembro-me, desde sempre, duma Leica M6 como esta lá em casa. Pertencia ao meu pai e foi sempre, de longe, a máquina fotográfica que eu mais gostava. Achava-a mais bonita que as outras. Tinha um peso que impunha respeito, para o tamanho dela. Eu agarrava-a com as duas mãos e percebia logo que aquilo não era nenhum brinquedo, mas um utensílio profissional, algo muito sério. Daquelas coisas que só os adultos podem mexer. Era também mais pequena que as outras. Se bem me lembro. Havia uma outra lá em casa que era assustadora. O reverso desta Leica. Chamava-se Mamiya 6 e era um monstro, ao lado de todas as outras. Pesava toneladas e tinha um aspecto de bruta-montes. Eu não gostava muito desta. Sempre preferi aquela Leica.
Lembrei-me hoje da Leica do meu pai, por causa disto.

3 comentários:

mammynela disse...

é engraçado como vamos buscar recordações.isso aconteceu-me muito enquanto estava a fazer a minha autobiografia.

Ana Pena disse...

Aii fiquei contente de saber isto! Não fazia ideia de que grande parte da mão-de-obra da Leica estava em Portugal! Mesmo as Leica digitais são das máquinas digitais mais bonitas. Têm uma classe inexplicável. E a lente é de qualidade de topo. Pena serem sempre as mais caras!

ana cláudia disse...

Eu gostava mesmo era das máquinas do pai expostas na nossa casa em Alcântara... Agora deu uma saudadinha *