crónicas da terra ardente



Fausto Bordalo Dias "Todo Este Céu"

Pena, a nossa família *




Uma tarde solarenga de sábado incentiva a uma sesta no jardim. Com o do Torel fechado, nada como aproveitar e dar um passeio pelo bairro. Sem destino. Tal e qual como um turista. Com os raios de sol a penetrar nas ruas apertadas e a fazer brilhar as varandas e as fachadas dos pequenos prédios.
E é no coração deste bairro popular lisboeta que se situa um pátio humilde que é o berço de um dos símbolos de Portugal no Mundo. Nesta zona que é um símbolo do Mundo em Portugal.
Foi aqui que nasceu Amália. A Diva do Fado que levou esta música a todos os recantos do Mundo. E que agora vê o seu pequeno berço ser rodeado do calor das pessoas para quem ela durante décadas cantou. Terá sido um chamamento..?

*nome do movimento independente que se candidata a esta freguesia nas próximas autárquicas

weapons of mass distraction



Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios

A partir da próxima segunda-feira, numa televisão perto de si.

à la Musique

Place de la Gare, à Charleville.


"Sur la place taillée en mesquines pelouses,
Square où tout est correct, les arbres et les fleurs,
Tous les bourgeois poussifs qu'étranglent les chaleurs
Portent, les jeudis soirs, leurs bêtises jalouses.

− L'orchestre militaire, au milieu du jardin,
Balance ses schakos dans la Valse des fifres :
− Autour, aux premiers rangs, parade le gandin ;
Le notaire pend à ses breloques à chiffres.

Des rentiers à lorgnons soulignent tous les couacs :
Les gros bureaux bouffis traînent leurs grosses dames
Auprès desquelles vont, officieux cornacs,
Celles dont les volants ont des airs de réclames ;

Sur les bancs verts, des clubs d'épiciers retraités
Qui tisonnent le sable avec leur canne à pomme,
Fort sérieusement discutent les traités,
Puis prisent en argent, et reprennent : "En somme !..."

Épatant sur son banc les rondeurs de ses reins,
Un bourgeois à boutons clairs, bedaine flamande,
Savoure son onnaing d'où le tabac par brins
Déborde − vous savez, c'est de la contrebande ; −

Le long des gazons verts ricanent les voyous ;
Et, rendus amoureux par le chant des trombones,
Très naïfs, et fumant des roses, les pioupious
Caressent les bébés pour enjôler les bonnes...

− Moi, je suis, débraillé comme un étudiant,
Sous les marronniers verts les alertes fillettes :
Elles le savent bien ; et tournent en riant,
Vers moi, leurs yeux tout pleins de choses indiscrètes.

Je ne dis pas un mot : je regarde toujours
La chair de leurs cous blancs brodés de mèches folles :
Je suis, sous le corsage et les frêles atours,
Le dos divin après la courbe des épaules.

J'ai bientôt déniché la bottine, le bas...
− Je reconstruis les corps, brûlé de belles fièvres.
Elles me trouvent drôle et se parlent tout bas...
− Et je sens les baisers qui me viennent aux lèvres..."

Arthur Rimbaud

o poema universal



Escrito por todos, nesse gigantesco bloco de notas que é o Twitter.
Aqui.

Caxias




Na praia: areia escaldada; água "caldo verde"; vento pouco; vizinhança calma.
Na Baía dos Golfinhos: o prazer de comer uma das melhores pizzas da minha vida (e sim, já passei sete dias em Roma a refinar o meu nível de avaliação de Pizzas), uma extraordinária Pizza Vegetariana repleta de Espinafres (e tomate, queijo, cogumelos, oregãos).
De volta a casa, noto que o "baterista" do Metro tem uma baqueta e uma vara nova. Talvez, por isso, tenha composto também um novo single para este Verão. Com a qualidade a que já nos acostumou, claro!

todos




Há muitos séculos atrás partiram barcos de Lisboa com o objectivo de descobrir o Mundo. De desenhar novos mapas, navegar por "mares nunca dantes navegados". Era a época dos Descobrimentos. Agora, que já está tudo mais ou menos descoberto, chegámos à época da Globalização. Bem presente em todos os aspectos fundamentais duma sociedade moderna e em constante renovação.
Não é por isso de espantar que, séculos depois de termos ido de encontro aos mais variados povos e cantos do mundo, eles venham agora até nós. Enriquecer-nos com a sua experiência. Apresentar-nos a sua cultura e o seu modo de viver. Ensinar-nos que, afinal de contas, estamos inseridos não só numa comunidade Europeia mas também numa comunidade global. É chegada a hora de abrirmos os braços a quem nos quer também conhecer. Como nós o quisemos há séculos atrás. E Lisboa em 2009 não é só a capital de Portugal mas também uma das capitais do mundo moderno. Global. Pleno de Liberdade. Lisboa é uma encruzilhada de Mundos. E ainda bem!
Temos, por isso, um festival multi-cultural entre os dias 10 e 13 deste mês, com epicentro óbvio no Martim Moniz, em que vamos poder ouvir, ver, ler, apreender, saborear, cheirar tudo aquilo que estas diferentes culturas têm para nós. Espero que este encontro sirva de ponte entre todas as etnias, raças e credos que connosco habitam esta bela cidade. Que seja também o princípio duma bela amizade e uma grande festa de boas vindas! Toda a programação aqui. Eu vou!