play


"A música oferece às paixões o meio de obter prazer delas"
Nietzsche

casa



Toda a gente ouve música consoante o seu estado de espírito. Ou escolhe o disco a ouvir conforme se quiser sentir. Eu não sou excepção. Porém na minha colecção há um certo tipo de discos que me fazem sentir duma maneira diferente. São especiais mas nem por isso melhores ou piores que os outros.
Um dos maiores prazeres que a música me oferece, e um dos primeiros que eu nela procuro, é a sensação de redescoberta. Gosto de ouvir um disco que ficou silenciado durante alguns tempos e voltar a dar-lhe atenção. Hoje o escolhido foi do Dave Holland Quintet "Prime Directive". É um disco maior na imensa discografia de um dos meus contrabaixistas favoritos de todos os tempos e do jazz em particular. Lembro-me de o ouvir muitas vezes quando saiu há mais de dez anos atrás. Lembro-me que foi o primeiro disco do Dave Holland que comprei. E um dos primeiros com o selo da ECM na minha estante. É uma gravação impecável que reúne excelentes intérpretes (Chris Potter no saxofone é fabuloso; Steve Nelson nos vibes e na marimba que aqui substituem o piano normal numa formação de jazz acrescenta um tom exótico e diferente; Billy Kilson na bateria enche os temas de groove e muito bom funk; Robin Eubanks no trombone dialoga muito bem com o saxofone de Potter; Dave Holland está ao seu melhor nível).
Hoje, chegado a casa e ao fim de mais um dia de trabalho, pus este disco a tocar. Foi como que um regresso a casa há muito esperado. Escolhi por impulso e na volta recebi um abraço quente e acolhedor saído das colunas.
Deitei-me no sofá de olhos fechados e deixei-me embalar até adormecer.

Ouvir aqui.

amanhã. coliseu.


I Need That Record!


hoje. aula magna.


arts & crafts on a sunny sunday