free-prog-indie-post-jazz


Portico Quartet é um produto da Londres do século XXI. Passaram ontem pelo lindíssimo Teatro São Luiz para apresentar o seu mais recente álbum "Isla". Segundo registo que veio, de novo e depois de "Knee-Deep In The North Sea", refrescar e desbravar novos caminhos na cena jazz mundial. Este jovem quarteto inglês apresentou-se no seu formato tradicional com bateria, contrabaixo, saxofone e a particularidade original da utilização de três hang-drums, instrumento de percussão similar ao steel-drum característico da música tradicional caribenha, que constrói uma base harmónica atraente que aquece e encorpa cada um dos temas. As melodias ficam entregues aos saxofones de Jack Wyllie que utiliza um tom agridoce, ao melhor estilo de Mark Turner e à corrente mais free de Nova Iorque. A secção rítmica, constituída por Duncan Bellamy na bateria e Milo Fitzpatrick no contrabaixo, hipnotiza-nos com a apropriação jazzística de ritmos tão diversos como a valsa e o reggae criando momentos de tensão, à base de muita contenção. Não sendo intérpretes de excepcional qualidade possuem uma criatividade que os leva a usar vários pedais de efeitos e electrónica diversa nos seus instrumentos, excluindo o hang drum. Este grupo pega no legado do Esbjorn Svensson Trio e leva-o a paragens por onde também se situa Todd Sickafoose. Levam o espírito indie ao jazz e as estruturas do jazz ao indie.

1 comentários:

Ana Pena disse...

ahhh ouvi isto ontem na fnac! não sabiam que vinham estado cá! muito fixe e muito relaxing:)